![]() |
foto retirada do evento modos do pensar - Moda, Design e Educação |
de Design. É estranho perceber que esses cursos tenham se apropriado da matriz cognitiva dos cursos
tradicionais e (simplesmente) substituído cálculo 1, por exemplo, por desenho 1 (numa simplificação radical da questão - é claro que não foi exatamente assim que aconteceu). Mas, de fato, as escolas de
artes, moda ou design não romperam com a maneira de pensar a relação ensino/aprendizado e não
possibilitaram que as variáveis do projetar, tão propagadas por nossos discursos de professores,
interferissem no seu "produto final", ou seja, no projeto pedagógico do curso.
Na prática, as aulas permanecem exposições de conteúdos, quase palestras, tal como nos cursos de
direito ou engenharia, onde os alunos anotam, decoram, aprendem e, de tempos em tempos,
"fazem prova" do que aprenderam. Quem julga o quanto o aluno aprendeu é o professor e é também
o professor quem sabe - e quem decide - o que o aluno deve aprender, o que será importante para
a sua vida profissional, carreira etc.
Para compreendermos a razão porque tantas mudanças tecnológicas e culturais tenham impactado
tão pouco nossas salas de aula - alguém já disse que somos professores do século XX, lecionando
para alunos do século XXI, com modelos educacionais do século XIX - é preciso compreender que os
modelos tradicionais de ensino, que norteiam nossas escolas, faculdades e, muitas vezes, espaços
que se afirmam como "inovadores" da educação, estão baseados em algumas premissas que definem
hierarquicamente as posições de quem "deve aprender" e de quem "pode ensinar". Sendo assim,
não importa que tipo de "ferramentas" ou "recursos didáticos" estejam sendo usados, sem que o
"Regime de Identificação das posições na sala de aula sejam mobilizados, continuaremos tratando o
aluno como expectador passivo do processo de aprendizado. Fazíamos isso com quadro negro e giz,
faremos isso com impressoras 3D, internet, ou o que quer que seja.
tão pouco nossas salas de aula - alguém já disse que somos professores do século XX, lecionando
para alunos do século XXI, com modelos educacionais do século XIX - é preciso compreender que os
modelos tradicionais de ensino, que norteiam nossas escolas, faculdades e, muitas vezes, espaços
que se afirmam como "inovadores" da educação, estão baseados em algumas premissas que definem
hierarquicamente as posições de quem "deve aprender" e de quem "pode ensinar". Sendo assim,
não importa que tipo de "ferramentas" ou "recursos didáticos" estejam sendo usados, sem que o
"Regime de Identificação das posições na sala de aula sejam mobilizados, continuaremos tratando o
aluno como expectador passivo do processo de aprendizado. Fazíamos isso com quadro negro e giz,
faremos isso com impressoras 3D, internet, ou o que quer que seja.
Basicamente, o que está suposto nesse "regime de identificação" é que a) o conhecimento é um conteúdo, passível de ser acumulado
b) o professor é detentor desse capital de conhecimento c) o professor pode "transmitir/transferir" esse
capital para o aluno d) cabe ao aluno "extrair" o máximo de conhecimento possível do professor
e) cabe ao professor fazer uso de "ferramentas" pedagógicas o mais variadas possíveis para "facilitar"
o processo de captação do interesse do aluno e de transmissão do conhecimento.
b) o professor é detentor desse capital de conhecimento c) o professor pode "transmitir/transferir" esse
capital para o aluno d) cabe ao aluno "extrair" o máximo de conhecimento possível do professor
e) cabe ao professor fazer uso de "ferramentas" pedagógicas o mais variadas possíveis para "facilitar"
o processo de captação do interesse do aluno e de transmissão do conhecimento.
De fato, mesmo as escolas ou espaços que se pretendem mais "inovadores" e mesmo cursos tais
como os de artes e design, altamente "criativos", não diferem muito do formato da "escola tradicional"
porque não conseguem romper com o "regime de representação" que considera aprendizado
como consequência lógica do ensino.
como os de artes e design, altamente "criativos", não diferem muito do formato da "escola tradicional"
porque não conseguem romper com o "regime de representação" que considera aprendizado
como consequência lógica do ensino.
Foi exatamente com a ideia de que somente o que é ensinado pode ser aprendido que o
RésDesign, de forma puramente intuitiva e empírica rompeu há bastante tempo, mesmo antes de nos
constituirmos como coletivo. Percebemos, na prática, que os alunos aprendiam muitas coisas que
nós jamais poderíamos ensinar. Percebemos que num mesmo processo criativo, dois ou mais alunos
podiam "executar" a mesma atividade e sair dali com aprendizados diferentes.
RésDesign, de forma puramente intuitiva e empírica rompeu há bastante tempo, mesmo antes de nos
constituirmos como coletivo. Percebemos, na prática, que os alunos aprendiam muitas coisas que
nós jamais poderíamos ensinar. Percebemos que num mesmo processo criativo, dois ou mais alunos
podiam "executar" a mesma atividade e sair dali com aprendizados diferentes.
Decidimos desde então que nossas aulas seguiriam por essa via: juntar pessoas, buscar desafios em
conjunto, partilhar horizontalmente o que aprendemos. Aprendizado sem ensino, focado em projetos
e solução de desafios, atentos à história que cada aluno, e cada professor, traz para dentro do espaço
de aprendizado. Respeito à autonomia intelectual do aluno e trabalho colaborativo.
conjunto, partilhar horizontalmente o que aprendemos. Aprendizado sem ensino, focado em projetos
e solução de desafios, atentos à história que cada aluno, e cada professor, traz para dentro do espaço
de aprendizado. Respeito à autonomia intelectual do aluno e trabalho colaborativo.
Isso mudou para sempre o que fazíamos. Pensar o processo de aprendizado, não como transmissão,
mas como co-criação nos deixa muito expostos, retira de nós alguns mecanismos de poder e
controle que nos deixavam muito "seguros" - um plano de aula previamente construído, com conteúdos e
tópicos definidos e o direito de se esquivar de uma pergunta para a qual não dispomos de resposta
com a frase, - "sinto muito, mas isso não é tema da nossa aula, por exemplo, - mas nos trouxe também a
possibilidade da surpresa, do "improviso", não como compensação à "falta de planejamento" ou
"desorganização", mas como linguagem e disposição para lidar com o imprevisível próprio à situação
de se colocar verdadeiramente ao lado, e não acima, do outro. A possibilidade de pensar a sala de aula
como espaço de prazer, como experiência estética, espaço de "partilhas do sensível" e o aprendizado
como poética de trocas.
mas como co-criação nos deixa muito expostos, retira de nós alguns mecanismos de poder e
controle que nos deixavam muito "seguros" - um plano de aula previamente construído, com conteúdos e
tópicos definidos e o direito de se esquivar de uma pergunta para a qual não dispomos de resposta
com a frase, - "sinto muito, mas isso não é tema da nossa aula, por exemplo, - mas nos trouxe também a
possibilidade da surpresa, do "improviso", não como compensação à "falta de planejamento" ou
"desorganização", mas como linguagem e disposição para lidar com o imprevisível próprio à situação
de se colocar verdadeiramente ao lado, e não acima, do outro. A possibilidade de pensar a sala de aula
como espaço de prazer, como experiência estética, espaço de "partilhas do sensível" e o aprendizado
como poética de trocas.
Abaixo alguns dos produtos que criamos, caso você queira saber um pouco mais a respeito.
Estamos tentando fazer diferente, juntar pessoas e saberes e sobretudo tentando curtir o processo! Venha com a gente! + info no link: https://www.malha.cc/curso-resdesign
ReplyDeletePode pagar parcelado ?
ReplyDeleteOi, Rosangela, tudo bom? Sim, o curso pode ser dividido em até 3 X no cartão. Os detalhes podem ser obtidos durante o processo de inscrição no site da Malha, no link abaixo:
Deletehttps://www.malha.cc/curso-resdesign
Abraço e muito obrigado por entrar em contato.